Monday, May 28, 2007

Dear monster !!!


Pessoal.

Juro que eu nunca pensei em postar esse texto, exatamente por que não conseguiria escrever uma descrição completa. Mas como fui intimado pelo nosso amigo Poison, não poderia deixar esse desafio em aberto. Como quis ser diferente, pedi para um amigo opinar de como ele me via em cada situação. O resultado está ai embaixo. Achei legal, pois ajuda a pereceber como as pessoas nos enxergam. Acho que está bastante próximo do que escereveria, excluindo alguns exageros que deixo para vocês descobrirem. '

Ah, e também será mais fácil escolher algum presente para meu próximo aniversário!!!

Era isso...


Se eu fosse...

Se eu fosse uma hora do dia, seria o entardecer, o inspirador pôr-do-sol nas margens do Guaíba...

Se eu fosse um astro, seria uma estrela cadente, daquelas raras que apontam no céu com a promessa de realizar desejos...

Se eu fosse uma direção, seria um atalho, repleto de possibilidades e servindo de abrigo para o Lobo Mau...

Se eu fosse um móvel, seria uma cômoda antiga, ostentando entalhes rebuscados, perfumes caros, gavetas emperradas e um espelho de reflexos – alguns - distorcidos... essa pegou pesado!!!!

Se eu fosse um líquido, seria Gatorade, energético, saudável, comercial e claro, metido à besta...

Se eu fosse um pecado, seria a luxúria, dando beijos imprensados contra paredes e deslizando dedos pelas barras das cuecas...

Se eu fosse uma pedra, seria um mármore ou um granito, lustroso, imponente e muitas vezes escorregadio...

Se eu fosse uma árvore, seria um carvalho, madeira sisuda e competente, fazendo descansos frondosos e móveis de vida eterna...

Se eu fosse um fruto, seria uma laranja, cítrica e cheia de vitamina C, daquelas que quando bem espremidas rende o melhor dos sucos...

Se eu fosse um clima, seria uma chuva de granizo, estremecendo telhados, assustando alguns e fascinando outros...

Se eu fosse uma flor, seria um cactus, incompreendido, reservado, guardando água para as emergências e deixando todos boquiabertos quando floresce...

Se eu fosse um instrumento musical, seria uma gaita de boca, malandragem, ares de sacana e arma de conquista...

Se eu fosse um elemento, seria com certeza a água, cristalina, envolvente – berço de sereias e casa dos piratas...

Se eu fosse uma cor, seria o verde – cor viva, da natureza, das matas e da esperança...

Se eu fosse um animal, seria um cavalo, um puro-sangue. Pelo brilhoso e crinas longas, trote elegante... selvagem, só sobrevive correndo livre pelos campos...

Se eu fosse um som, seria o da queda da cachoeira se chocando contra as pedras lá embaixo, poder e impacto dissipando na neblina...

Se eu fosse uma música, seria alguma das clássicas do U2, tipo “Beautiful Day” ou “With or Without You”...

Se eu fosse um estilo musical, seria um jazz, daqueles mais viscerais...

Se eu fosse um sentimento, seria o eterno questionamento...

Se eu fosse um livro, seria “O Retrato de Dorian Gray” do Oscar Wilde...

Se eu fosse uma comida, seria um churrasco, picanha sangrenta assada na brasa despertando apetites...

Se eu fosse um lugar, seria o topo de alguma montanha, cadeia isolada desafiando ser conquistada...

Se eu fosse um gosto, seria o gosto das descobertas...

Se eu fosse um cheiro, seria o da chuva molhando a terra...

Se eu fosse uma palavra, seria conquista, pois é a conquista que impulsiona o desbravador...

Se eu fosse um verbo, seria conquistar...

Se eu fosse um objeto, seria uma mochila, daquelas de estimação, na qual se carregam escovas-de-dente, canetas, casacos e sonhos para noites de verão...

Se eu fosse uma peça de roupa, seria um terno italiano, cor fechada, risca-de-giz impecável e corte perfeito, elegante e intimidador...

Se eu fosse uma parte do corpo, seria um par de mãos, curiosas, inquietas, fazendo cócegas, fazendo carícias, dando beliscões...

Se eu fosse uma expressão facial, seria a face insone e saciada, acordando satisfeita após uma noite de prazer...

Se eu fosse um personagem de HQ, seria o Garfield, cheio de manhã e sarcasmo, odiando tudo que é óbvio ou unânime e todas as segundas-feiras...

Se eu fosse um filme, todos os do 007, poder, sofisticação, belas mulheres, cassinos e ação, tudo entre um Dry Martini e outro...

Se eu fosse uma forma, seria um triangulo, bases, arestas e vértices se cruzando no infinito de possibilidades....

Se eu fosse um número, seria o 69, meio emblemático, meio confuso, meio cabalístico e deveras sexual...

Se eu fosse uma estação, seria o verão, com suas praias, surfistas, natureza e marcas de sungas e biquínis...

Se eu fosse uma frase, seria “o que se leva desta vida, é a vida que se leva” ou “quem quase morreu ainda vive, mas quem quase vive já morreu”

Wednesday, May 23, 2007

Friozão !!!!!

Caracas...lá fora tá quase assim ... um ar maravilhosamente gelado coberto com uma quase espessa camada de neve ...eheh..aqui dentro tá um ar maravilhosamente quente com cheiro de fogo de lareira e sabor de vinho tinto com pinhão, eheh ... muito bom alguns dias assim...

Tuesday, May 15, 2007

Gatos Pardos


Sempre escutei que à noite todos os gatos são pardos. Pois é.

Há muito tempo passava em frente a um lugar. Ficava observando tudo que rolava por ali. Imaginava milhões de situações que poderiam rolar lá dentro. E de tanto passar por ali, um dia uma pessoa se aproximou e me convidou para entrar. Garantiu que poderia ficar tranquilo, que nada de ruim iria acontecer. Disse que no inicio todos sentimos um pouco de insegurança, mas que aos poucos certamente eu iria me sentir bem adaptado.

Pois, mesmo um pouco assustado, numa noite criei coragem e entrei. De cara me perguntaram meu nome para estampar na comanda que me acompanhava. Putz!!! Respirei fundo e continuei em passos forte e firmes para parecer dono do pedaço. Observando, fiquei andando durante horas. Não deixava ninguém se aproximar muito. E quando vi já era madruga e resolvi voltar pra casa.
Saciada a curiosidade do desconhecido, desejava conhecer outros lugares. Mas, curiosamente, me via sempre voltando para aquele lugar. Nunca mais vi a pessoa que me convidou pela primeira vez. E aos poucos eu já estava rindo, pulando, dançando, cantando, bebendo e chorando com total liberdade e segurança. Tinha feito amigos. Estava aconselhando e convidando novos e apavorados iniciantes a entrarem por aquela porta.

Muito engraçado. Da noite para o dia vamos dominando nossos medos e simplesmente nos sentimos seguros para continuar estimulando a criatividade. Pois foi bem assim que, exigindo mais da minha capacidade de relacionamentos, resolvi provocar de novo o desconhecido. Ele que se apresentava somente com um nome. Fomos fulminantes. As palavras viraram diálogos que viraram cartas que viraram mundos que se aproximavam. Apesar de existir uma grande intimidade, o desconhecido continuava misterioso. Me fez comentários inesquecíveis, me colocou imensas dúvidas, me questionou continuadamente, me provocou.

Nos encontrávamos de forma planejada, mas sempre inesperada. Na maioria das vezes não conseguia vê-lo com clareza. No meio daquelas luzes, daquela fumaça e daquele mundão de pessoas, apenas sentia a presença dele. Sentia sua respiração. Sentia algumas palavras. Sentia algumas provocações. Nada tão objetivo para concluir e nada tão ambiguo que fizesse desistir. Ficamos nessa condição durante algum tempo. Por algumas vezes ele sumia para fazer um charme, ou porque talvez fosse necessário. Apenas sei que durante meses pouco sabia dele, a não ser o fato de que poderia encontrá-lo ali.

Num dia tudo mudou. Fizemos um duelo e ambos cumprimos a promessa. A pessoa que inventou o Orkut pensava que a rede de relacionamentos tinha que aproximar as pessoas. Pois, foi exatamente esse orkut que nos distanciou. Ele diz que o preço das conquistas é a perda de alguma coisa, nesse caso o encanto que foi quebrado. Não sei se eu concordo. Mas percebo mudanças. Ele mudou a respiração. Ficou mais lento. Ficou mais quieto. Ficou ansioso. Ficou independente. Escondeu-se para mim. Até hoje não entendo porque ele quis acabar exatamente no ponto em que tudo poderia começar. Talvez porque os gatos tenham deixado de ser pardo.